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Veja 10 cidades em que há possibilidade de neve no Brasil

Município gaúcho de São Francisco de Paula em 1994: neve depende de diversos fatores ao mesmo tempo.




O inverno se aproxima e, com ele, aumentam as chances de neve no Brasil - pelo menos nos locais que reúnem as características para isso. Por apresentarem condições como ar úmido, grande altitudes e altas latitudes (isto é, maior distância em relação à linha do Equador), dez cidades na região Sul do país foram selecionadas pelo climatologista Nilson Wolff, como bons pontos para quem deseja observar o fenômeno.


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"Quanto mais alto o município, maior a possibilidade de neve. Mas também precisamos de umidade significativa e baixas temperaturas", resume o pesquisador, autor do livro A Neve no Brasil, publicado em 2005.


É justamente a falta de um desses elementos - a umidade - que torna a neve mais rara no Estado de São Paulo, segundo Wolff. Ele diz que a região de Campos do Jordão (SP), por exemplo, apesar de estar a mais de 1.600 metros de altitude, tem clima seco durante o inverno, o que dificulta a ocorrência dos flocos de gelo.



Mas além das condições geográficas da cidade escolhida, para ver neve no Brasil é preciso também um tanto de sorte. Isso porque o histórico das precipitações no país é bastante irregular e imprevisível. As cidades selecionadas pelo pesquisador, portanto, são aquelas que ele considera em que a neve é provável, mas não certa.


A "rota da neve" brasileira traz cinco cidades no Rio Grande do Sul (São José dos Ausentes, Bom Jesus, São Francisco de Paula, Vacaria e Cambará do Sul), quatro em Santa Catarina (Bom Jardim da Serra, mais especificamente no Morro da Igreja; São Joaquim, Urupema e Urubici) e uma no Paraná (Palmas).


No inverno mais frio dos últimos anos, porém, em 2013, houve registro de neve em 80 cidades da região Sul. No ano passado, registrou-se neve em Canela, Gramado, Caxias do Sul e Palmeiras das Missões, no Rio Grande do Sul, além de Urupema e São Joaquim, em Santa Catarina.

"Os fenômenos da natureza são cíclicos, ou seja, eles se repetem", diz o pesquisador, que estima que fortes nevascas se repetem no Sul do país em intervalos de aproximadamente dez anos.


Nevascas históricas no Brasil


Ao relembrar os episódios mais significativos de neve no país, o pesquisador destaca o inverno de 1957. "Nevou durante três dias consecutivos em São Joaquim (SC). Não tinha como chegar ao município devido à neve acumulada nas estradas, que chegou a 1,5 metro. Os mantimentos eram levados de helicóptero, porque as famílias não conseguiam sair de lá", diz o pesquisador. A data de 20 de agosto de 1965 também ficou marcada na memória de muitos gaúchos, inclusive em cidades fora do chamado do roteiro da neve. Durante 24 seguidas, nevou em metade das cidades do Estado. A nevasca foi tão rigorosa que danificou telhados e matou o gado no Pampa.


"Nevou em cidades em que nunca havia nevado, como Iraí, Santo Ângelo, Ijuí, Passo Fundo e Palmeira das Missões. Foi histórica, mas também catastrófica, porque destruiu lavouras, matou animais e quebrou galhos de Araucárias devido ao peso acumulado do gelo", contou emocionado Wolff.

Em julho de 1975, novamente as paisagens do Sul vestiram-se de branco. "De Sapiranga (na região do Vale dos Sinos, quase no nível do mar) dava para ver o Morro Ferrabraz todo branquinho. Muito lindo mesmo", recordou.


Foi nessa temporada que Caxias do Sul foi palco do primeiro jogo de futebol do país na neve, com partida entre Juventude e Internacional de Santa Maria. Para driblar o frio, dirigentes do Juventude ofereceram aos atletas goles de grapa, uma espécie de cachaça italiana. Já em maio de 1979, durante o outono, Grêmio jogava contra o Esportivo no Estádio da Montanha, em Bento Gonçalves, quando a neve caiu sobre o campo.



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